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Para ser feliz, sofra
“Engole esse choro, menina!” – Passei a infância escutando esse conselho. Fui criada pela mulher mais forte que eu conheço, em cujo rosto raramente vi rolar uma lágrima. Só no velório do meu avô ou nas vezes em que o seu mundo desmoronava e ela desistia dos seus disfarces de grande mulher inatingível e desabava no nosso colo.
Homem não pode chorar
Não choro porque um dia o meu pai me disse que eu não podia chorar. Que era feio demais, então cobri meu rosto. Ouvi da minha mãe que eu deveria engolir o choro, e se tem algo que dói é engolir choro, principalmente quando você é uma criança que não entende nada daquilo.
Ode aos homens que choram
Nunca gostei de homem café-com-leite. Minha praticidade – muitas vezes incômoda, confesso – nunca me permitiu gostar de gente dada a cansativos mimimis. Homens que se magoam se você não lê o cartão antes de abrir o presente ou não retorna suas ligações nunca fizeram muito o meu estilo.
Por Que Você Não Deveria Se Privar De Curtir Uma Fossa
A garçonete veio buscar o prato quase cheio e perguntou com a feição verdadeiramente preocupada:
– Estava ruim, senhora?
Uma Ode Às Lágrimas – Porque Chorar É Para Os Fortes
Se eu pudesse subverter a lógica descartiana, eu diria “choro, logo penso, logo existo”. Sou dessas. Que choram, que desaguam, que transbordam ao menor sinal de tempestade. De canção de amor mal resolvido. De filme mamão-com-açúcar.
Porque Ninguém Vale Mais Do Que Sua Paz
Garganta fechada, estômago embrulhado, mãos suadas, falta de apetite, insônia. Um médico ficaria preocupado com tais sintomas, afinal, pode ser uma nova gripe, um novo vírus. E é. De certa forma.
Abaixo A Ditadura da Felicidade – Pelo Direito Às Lágrimas Sinceras
Pois se eu quiser sofrer, que me deixem sofrer em paz. E se eu não aguentar mais, que me deixem desistir. “Não desista nunca!”, eles diriam. Ora, eu desisto se quiser (na verdade, se não quiser mais).
Sofrimento: Você Cospe ou Engole?
Dá licença, posso sofrer sem que me encham o saco ou me chamem de menininha ou de ser humano frágil? Se me tirarem esse direito, viro só mais uma carcaça que trabalha, come, dorme e trepa. Eu não sei como é ser proibida de votar, usar calças compridas, trabalhar e escolher marido.