Liberdade é a palavra (e, na minha opinião) a melhor conquista quando se trata de sexualidade nesta nossa época maluca de século XXI. Não porque vivemos no tempo do amor livre, aquele dos anos 1960 em que ninguém era de ninguém e os casamentos ficaram fora de moda.

“Ah, mas me diz, ele te ajuda em casa?” Quantas mulheres independentes, que trabalham fora e que precisam dar conta da carreira, dos demais interesses da vida e da limpeza do apartamento, ainda não precisam ouvir isso? Quer um exemplo? Tem euzinha aqui.

A idade chega para todos e, especialmente em um mundo tão viciado na juventude como o nosso, isso é motivo de preocupação para muita gente.

Uma vez ouvi demais uma conversa alheia e acabei pescando um pedaço deveras desagradável. A garota dizendo para o namorado que estava com um determinado problema no trabalho. Depois de uma breve explicação da briga com o chefe, ela diz que, no final das contas, até que deu tudo certo, mas que ficou com medo de ser mal vista na empresa.

Enquanto esta coluna é escrita no escritório, uma pilha de pratos está formada na pia da minha cozinha. São quatro, cinco inocentes pratinhos, seguidos de seus talheres, na cozinha do pequeno e aconchegante apartamento no centro de São Paulo. Não os menospreze, porém.

Sabe aquilo que dizem? Que todo apaixonado é cego e burro? Pois da mesma forma que a gente fica cego quando se apaixona, existe ainda outro tipo de cegueira relacionada ao amor que pode ser tão perigosa quanto: a cegueira do fim.