• Como Evitar Micos no Pós-Término de Namoro
  • Como Evitar Micos no Pós-Término de Namoro


    Quantas pessoas conseguem transformar o gosto amargo das falhas em aprendizado? Eu não tenho essa resposta, mas o que se espera do homo sapiens é que ele aprenda com os próprios erros. E não os repita.

    E foi assim, quando eu cultivava a adolescência aos 16 anos que aprendi que atitudes provocativas num relacionamento abortado nos levam à bancarrota sentimental.

    Eu tinha lá um caso de amor (?) com um menino do 3ºD, que acordou numa manhã de sol dessas e resolveu que não me queria mais. Eu não sei se tinha outra, se passei a usar calças semi –bag, se tomei posse de alguma imbecilidade que o fez desencantar, porém a verdade inescapável é: sem mais explicações, podemos nos tornar desinteressante para a pessoa que até outrora suspirava só de ver a gente coçando a perna devido a uma picada de mosquito.

    Indignada com a rejeição, fraturei a lógica para satisfazer uma loucura obcecante e pessoal e resolvi que faria algo para me vingar dele (oi?).  No auge da viscosidade da minha pele branca e dos meus longos cabelos loiros (uma moda paquita muito louvada em 1992), não foi difícil encontrar outro pretendente para desfilar pelo pátio principal, aonde as quintas eu chegava animada para as aulas de educação física com o professor Totonho .

    Tive sorte, o “usado” do 3º C era alto, moreno, detentor de hipnotizantes olhos verdes e muita popularidade com a ala feminina daquela escola pública, o que fomentaria comentários fazendo com que a novidade sobre meu novo romance chegasse aos ouvidos do lazarento (?) do 3ºD.

    No delírio em curso, pensei: “é hoje que este desgraçado vai se corroer de raiva quando me vir desfilando com o ‘projeto de ator de malhação’ no intervalo”. Ensaio para o vexame pessoal concretizado.

    Tomada por uma vocação notável e momentânea para a babaquice, chacinei o bom senso. Entrei pisando firme de mãos dadas com o “usado do 3ºC” e fui até a lanchonete no horário de pico do intervalo. A sensação era de destaque abre-alas da Portela. Fiz pose. Deixei passar a mão nos meus cabelos como se não houvesse amanhã. Beijinho pra cá, abraço pra lá. Risadas de felicidade (?) encurvando as costas para trás. Empolgação fictícia.

    A cena não causou impacto algum. Meu ex do 3º D quase que não reparou. Era como seu eu fosse um desses anúncios de TekPix que ninguém presta atenção. Aquela cena não pertencia mais a ele. Nem o sentimento de posse restou. Ele não me queria mais, nem com a carcaça da Angelina Jolie e a bunda da Globeleza, que parece que foi calibrada num posto de gasolina.

    Lição embutida: sai mal na fotografia. Fiz papel de descompensada, aquela que só fez o que fez para provocar. Equívoco difícil de reparar. Ok, acontece.

    Logo:

    – Se você tomou um fora, aceite este término. Até o Rodrigo Santoro e a Jennifer Aniston já foram rejeitados. Se ainda não passou por isso, comece a terapia, porque seu dia está para chegar.

    – Não traga para sua vida essa plataforma de disseminação de micos de ordem sentimental. Não tenha atitudes com extravagante capacidade para a destruição da própria imagem, vide dar em cima da (o) melhor amiga (o) do seu ex, contar aos amigos dele (a) que está a ferver por aí com uma penca de pretendentes gostosas (os) e que sua agenda está repleta de eventos sociais sensacionais, digno de um solteiro famoso e cobiçado pela mídia.

    – A falsa felicidade: Você “foi terminada (o)”, sente-se injustiçada (o), mas nada justifica querer aparecer feliz para a sociedade, propagando que está firme e forte e que o pé na bunda não te abalou. PÉ NA BUNDA abala qualquer pessoa, de Demi Moore a Adriana Bombom e de Malvino Salvador ao pagodeiro Belo.

    – Quando você é largado (a), há um ímpeto natural para atitudes raivosas. Proteja-se das prisões do ego e da vaidade. Respire azul, solte lilás.

    – Num impulso suicida, você pode querer fazer uso das redes sociais para manifestar sua indignação.  Vai por mim, segure-se. Não propague seus dissabores na rede mundial de computadores. Indiretas on-line são sempre vexatórias. E desprezadas.

    – A pior das mortes é a da vergonha na cara. Não implore para que o (a) ex faça parte da sua vida novamente, uma vez que ele já disse que não quer mais. Amor próprio, por favor.

    – Não finja que ligou errado. Não tente forçar a simpatia propondo uma amizade entre ex. Não ligue para a mãe dele (a) para avisar que a Ana Maria lançou um novo livro de receitas. Não chame os amigos dele (a) para uma festa, a turma dele (a) não é sua, coloque-se em seu devido quadrado. Não coloque fotos com novos (as) pretendentes no Instagram logo de cara, a gente sabe que isso é forçar a barra. Quando arranjar outro (a) não saia divulgando para o mundo que você está de transa nova. Ninguém precisa saber quem você está comendo.

    – O fim de uma relação não é o fim do mundo. Acredite nisso.


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