• Álcool e Sexo – O Que Tem  Nessa Dupla Que Conquista Tanto As Pessoas
  • Álcool e Sexo – O Que Tem


    Nessa Dupla Que Conquista Tanto As Pessoas


    Dizem as más línguas que cu de bêbado não tem dono. Bom, não sei o de vocês, mas o meu sempre teve. Bêbada ou sóbria, a única proprietária do meu cu sempre fui eu. É que nem filho na adolescência: é feio, mas não há mãe que abra mão. Do meu cu eu cuido com esmero: limpo com papel higiênico de folha dupla e macia, uso diariamente sabonete íntimo com toque de frescor, enxáguo com água corrente a 30 graus celsius, faço carinho quando me apetece e ainda passo talco pra dormir. Tratamento que muita mãe não dá ao próprio filho, que muito colecionador de carro antigo não dá a um Ford Landau, que muita Vera Loyola não dá a um yorkshire.

    Brincadeiras e o meu cu à parte, não há como negar que o álcool é um grande facilitador – seja para o sexo anal, oral, tradicional ou para uma simples conversa. Todo mundo fica mais bonito e corajoso depois de uma(s) cervejinha(s). Não há aparelho dentário mais eficaz do que uma dose de whisky – todos os sorrisos parecem encantadores ao final da noite. Não há palavra mais encorajadora do que um xote de tequila – eu, do alto da minha beleza duvidosa, chegaria no Bon Jovi com a certeza de que rolaria sexo selvagem com direito a um “I’ll be there for you” ao pé do ouvido no nascer do sol. Definitivamente, não há território sexualmente mais fértil do que uma festa open bar.

    Como bons seres humanos que gostam de testar novos limites e que se acham no direito de absolutamente tudo porque estão pagando, vocês enchem a cara – afinal, se há três frases que deixam um ser humano feliz, são elas “eu te amo”, “amanhã é feriado” e “é open bar”. Se sóbrios vocês já acham que podem contrariar a sabedoria do mundo, quem dirá bêbados. Vocês poderiam parar na terceira garrafa de cerveja e curtir todo o poder afrodisíaco do álcool – que inclui aquela desinibição boa na hora de tirar a roupa e aquela moleza deliciosa que nos força a prolongar as preliminares. Mas o papo está bom, e a sobriedade também. Aí vem a quarta, a quinta, a sexta, a sétima, a oitava. A nona garrafa é a saideira, vocês prometem para si mesmos. Mas por questão de honra, vocês fecham a dezena.

    E aí, mais uma vez na vida vocês pecaram pelo excesso, assim como aconteceu com aquela cola na escola – quis escrever toda a matéria, o negócio ficou grande, a professora viu e reprovou você na prova de Física do segundo ano. É muito álcool: a calça não desce, o pau não sobe, o quebra-cabeça não encaixa. A camisinha está longe, e se não fosse a consciência deveras educada, a preguiça venceria e vocês transariam sem camisinha. Depois de muita insistência, rola uma penetração. Meio sem graça, porque a sensibilidade de vocês está comprometida. Mas vamos lá, sempre metendo em frente, até gozar. Objetivo da noite cumprido para um de vocês, os dois viram para o lado e dormem.

    No dia seguinte, as lembranças comprometidas. Um quarto desconhecido, flashes que não formam um plano-sequência, muita tontura e uma leve indisposição. Mas tudo bem – afinal, ainda faltam duas semanas para a próxima festa open bar. É tempo de se recuperar e estar zero bala para fazer tudo de novo. Afinal, não é bebendo leite que você descolará a próxima transa.


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