• Sobre Transas e Oportunidades Que Você Perdeu   Por Não Se Achar Tão Bonita Assim
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    Por Não Se Achar Tão Bonita Assim


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    Aí, antes de sair, você coloca aquela cinta apertada pra disfarçar a barriguinha que você jurou – pela centésima vez – que ia perder na academia. Mas aí apareceu aquele fim de tarde e a galera na mesa do bar, com petiscos e cerveja gelada, o que parecia infinitamente mais agradável do que a companhia do personal trainer – por mais sarado que ele fosse.

    Então, neste mesmo dia, mais tarde, depois de já ter trocado o personal pela galera, você decide trocar a galera pelo gato, aquele que volta e meia lhe direcionava olhares e sorrisos e que, até que enfim, convidou você pra sair. Você tenta sorrir com as gracinhas que ele faz, afinal, é o primeiro encontro e você tem que ser simpática. Mentira. Você tenta sorrir pra disfarçar a dor e angústia que está sentindo com aquele aperto na barriga – que, a essa altura do campeonato, já matou todas as borboletas esvoaçantes. O rapaz chega até achar que você é fina e tem movimentos clássicos. Óbvio. Não dá pra se mexer muito, então tudo fica mais cauteloso e lento.

    Entre um gole e outro, você já nem se irrita tanto com a cinta, até ela voltar ao seu pensamento lhe dizendo: quer dar? Vai ter que me tirar! E você, que estava alegre graças ao amigo Cosmopolitan, volta à realidade e, junto dela, vem o conflito: dar ou não dar? Tudo bem que você já ouviu da sua mãe, da sua avó, da sua tia e da amiga da prima da Fulana que dar no primeiro encontro é um tanto quanto vulgar. Mas isso é assunto pra outro texto.

    O que tá pegando – e apertando! – é a tal da cinta. Ele vai notar? Ele vai notar! Será que vai? Vai notar que, sem roupa, minha barriga não é tão lisa assim, minha bunda não é tão empinada assim e meus peitos não são tão durinhos assim. Vai notar que, sob a maldita luz branca, eu tenho celulites, estrias, pelinhos e outras imperfeições milimétricas. Vai notar que, sob os primeiros raios de sol, eu tenho bafo, cara amassada e cabelo desgrenhado. O papo vai se estendendo e você decide enrolar e deixar pra próxima. “Foi legal, me liga, vou esperar, vamos combinar alguma coisa!”.

    Mais uma vez, a encanação aplicou em você um nocaute digno de deixar Anderson Silva caído no tatame. E você só não volta tão sozinha pra casa porque a companhia “dela” não lhe deixa esquecer que você não está só. Agora, são duas coisas apertadas: a barriga e o coração. E assim termina a noite. O que lhe resta é comer chocolate acompanhada da sua baixa autoestima, menina. Você se preocupou tanto com a imagem que queria passar, que se esqueceu de reparar que ele não olhou em lugar algum do seu corpo, exceto seus olhos. Diretamente pra eles.

    Ficou sem a cinta e sem ele – e o único peso a mais era o na consciência. Porque aquilo que tanto lhe preocupou, juro, para ele não teve importância nenhuma.


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