• Eu não quero ser a mulher “para casar”
  • Eu não quero ser a mulher “para casar”


    Recentemente, ouvi de um amigo que ele permanecia, ao meu olhar sensível, em um relacionamento falido, acorrentado, simplesmente, por um conceito, de acordo com o mesmo, de um “perfil de mulher perfeita para casar”, procurando em outros corpos e olhares, a satisfação que não possuía.

    Ora, por dias me questionei: Como isso é possível?

    Nós mulheres que nos reviramos e nos desdobramos. Vivemos intensamente a liberdade, a autonomia e a independência. E ainda, assim, nos deparemos com homens que nos minimizam e nos comparam a um simples status de perfeição.

    Será que a culpa é dessas mulheres que ainda se prezam ao papel de Amélia? De boa moça, santa, puritana e meiga?

    Comparo, reparo e defino essa mulher para casar, chegando a conclusão que não sou e nem quero apresentar esse perfil. Não prezo pela pureza e pela doçura. Muito pelo contrário, prezo pelo intenso, pela paixão e pelo desejo. Não prezo por calar, por cegar e por aceitar. Vou ao combate, enfrento, pontuo e me posiciono. Não prezo pela segurança, e tão pouco, pela rotina. Me aventuro e me enveredo. Minha independência não me limita, não me sufoca e não me protege.

    Se meus gostos, minhas atitudes, meus comportamentos e minhas opiniões definem o meu perfil para casar, ora, caro amigo, não casarei jamais. Tão longe, não indica que não queira estar profundamente com alguém, ou o quão carente e frágil poderei me encontrar e que um dia talvez eu venha a me calar ou segura estar. Só eu sei quantos amores eu senti e sentirei na intensidade dos segundos que percorro tateando a vida.

    Se um dia eu esbarrar com aquele que segure a minha mão, terei o gosto de levá-lo comigo pelo mundo, nos descobrindo e compartilhando o que a nossa cultura, por muito, se esquece em comentar: que o amor é um parceiro e não um ser perfeito, pois a perfeição dura somente os instantes entre o teu e o meu olhar, é tão momentânea, assim, como o piscar dos olhos. O amor não é em nada perfeito e o que, de fato, o faz belo são seus defeitos.

    Caro amigo, então, desculpe o tamanho da intromissão, mas tenho que lhe confessar: você vive uma ilusão.

    michelle


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