Eu gosto do seu cabelo um pouco mais curto, e de como você sorri. Não como sorri pra mim, mas com seus amigos. É porque quando eu te avisto de longe, e você não me viu ainda, eu paro um pouco pra te ver. Adoro como o seu mundo é completo e você está bem nele. Eu não causo tanto impacto assim, afinal você não estava me esperando – eu te encontrei no caminho. Eu gosto desse nosso amor – ele é discreto.
Vejo tantas declarações públicas e imagino sim que isso deva ser bom, mas sei que na minha inbox estão os nossos melhores textos, e ao pé do seu ouvido as declarações mais impublicáveis. Eu sabia que ao te conhecer seria assim, que te achar seria encontrar um tesouro precioso demais até pra mim. Que antes de desvendá-la eu precisava te sentir. Que se você é música, a sua métrica e ritmo tornariam a minha vida dissonante em canção.
Ainda assim ninguém sabe de nada, nem a gente direito. Nós somos muito diferentes da maioria, e muito parecidos com uma causa perdida. Se os médicos olhassem para nós dois nos desenganariam. Um pintor jogaria a tela fora e um músico não mostraria essa canção para ninguém. E pensando bem, talvez seja por isso que estamos tão na nossa. Está tão errado mas tão na medida, que se alguém souber estraga.
Eu gosto como você é discreta num mundo onde todos sabem até demais. Eu não preciso de tantos mundos assim. Só quero um levinho, tipo esse nosso, pra desvendar e encontrar com você.
Texto originalmente publicado no A Copy Of Me