• O ego pode estar destruindo o seu relacionamento
  • O ego pode estar destruindo o seu relacionamento


    Tem gente que está mais preocupado em estar certo do que ser/fazer o outro feliz. Na vida, na faculdade, no trabalho, na academia, no curso de inglês, na dança dos relacionamentos. Ego é talvez uma das coisas mais poderosas que existem. Quando se vê já dominou seus pensamentos, suas atitudes, sua energia, e a sua forma de se relacionar com as pessoas. A gente deixa de agregar e começa a fragmentar o caminho de quem passa pela nossa travessia. Deixar-se corromper por um sentimento tão doentio quanto a superioridade é também afastar tudo aquilo de bom e bonito que faz abrigo dentro da gente. Perde-se amigos, amores, o bom senso e a paz de conduzir a rotina sabendo que trouxe algo de positivo para a vivência de alguém.

    A gente precisa simplesmente parar. Não de querer ser o melhor em qualquer área que seja, mas de insistir em pisar na essência do outro apenas para alimentar esse status. Você conseguiu uma promoção no emprego? Que ótimo! Precisa ficar contando os detalhes da sua jornada para o cara que acabou de ser demitido? Acabou de brigar com o namorado por uma coisa ridícula, o que é que custa apaziguar os ânimos para devolver a tranquilidade da relação? São coisas mínimas, delicadas, racionais, que fazem uma diferença enorme no nosso bem-estar e na boa convivência com o mundo que nos cerca.

    De repente ser “superior” virou prioridade nas nossas parcerias. A sensação de deleite é muito mais prazerosa ao impor uma supremacia por puro ego, do que ao ajudar alguém a se reerguer, se estabelecer, a se sobressair em um determinado ambiente. Dentro dos relacionamentos amorosos isso fica nítido cada vez que se estende uma discussão por motivos bobos, quando se tenta convencer o outro a todo custo de que a sua opinião é a correta, quando se julga o comportamento alheio, ou quando se tem a necessidade constante de vitimização somente para ganhar um elogio ou se sentir supervalorizada (o) naquele contexto.

    O ego é uma barreira muitas vezes inconsciente que afasta todos os sentimentos maravilhosos que podemos enviar para o universo. Ele destrói aos pouquinhos e irremediavelmente cada nuance de admiração que construímos ao longo do tempo pelas pessoas que são caras e raras na vida da gente. Só nos damos conta dos danos quando aquele amigo tão querido já se distanciou, o namoro já findou, ou mais drasticamente, quando a “rejeição” começa a se tornar descarada a tal ponto que começamos a ser excluídos das mesas de bar, das conversas no corredor e das decisões importantes do nosso parceiro (a).

    Carência, mimo, solidão, os motivos podem ser vários. A questão é que ninguém tem nada a ver com as suas inconsistências pessoais. Aprenda a escutar, a silenciar, a guardar para si, a mensurar as proporções dos seus atos antes que eles se fantasiem de provocações. Amor é entrega, doação, respeito. Ter a humildade de se assumir como um ser humano passível de erros, em contínuo aprendizado, e maduro o suficiente para saber quais desavenças comprar, e quais deixar de lado, é essencial para a durabilidade de qualquer romance. Ser menos egoísta e se colocar mais no papel do outro. Abrir-se para panoramas, ideias, histórias que muitas vezes não se entende, mas que fazem parte da vivência daquela pessoa. E buscar sempre, todos os dias, ser abrigo para a fragilidade de quem a gente escolheu para dividir o caminho. Muito fácil (e chato) querer ser o dono da razão a todo instante. Bom mesmo é ser feliz, e lá de onde eu vim, ego e apego não andam de mãos dadas.

    danielle


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