De carinho em carinho, cafuné em cafuné, bem de mansinho e sem dar migué, eu vou ressuscitar a sua fé no amor verdadeiro e que nada pede em troca; sentimento essencial para fazer com que a maré ruim que anda lhe afogando pare de subir, e tudo volte a lhe dar pé.
Uma a uma, sem pressa para mudar o que lhe deixa tensa e soprando confiança a cada vez que sentir uma lembrança arder, eu cuidarei das profundas feridas que seres covardes, egoístas e mentirosos deixaram em sua alma e coração.
Sei que morre de medo de, de repente, descobrir que se entregou, mais uma vez, a um canalha que não vale nem a cueca que veste e as palavras que diz. Sei, também, que por pavor de sofrer prometeu nunca mais se doar por completo, não a ponto de dividir os mesmos sonhos, o mesmo teto. Mas eu prometo que vou lhe cicatrizar, meu bem. Prometo que cuidarei do seu coração frágil com a mesma paciência empregada por aqueles que reabilitam pássaros machucados e que precisam reaprender a voar. E você vai voar novamente, pode acreditar. Voaremos, melhor dizendo.
Com mil verdades e um olhar calmante que não fugirá do seu, sem dúvida, eclipsarei o trauma que você tem de mentira.
Com seus doces prediletos – quitutes que prepararei com muitas doses de açúcar e afeto –, certamente, acabarei com toda amargura e azedume que aqueles que não estavam nem aí para lhe agradar deixaram em sua língua.
Com uma chuva de abraços apertados, matarei o temor que você tem de ser, mais uma vez e sem aviso prévio, deixada só, completamente exposta aos seus próprios demônios e inseguranças.
Manterei a voz mansa e o tom respeitoso, mesmo quando eu discordar de tudo o que disser e nas vezes em que por acaso – ou por querer! – você me ofender, pois sei que só assim conseguirei fazer com que perca a paúra que tem de berros furiosos e o receio de expor aquilo que lhe engasga, que lhe incomoda.
Amor, eu sei que os tantos calotes emocionais que já tomou lhe transformaram em uma pessoa desconfiada e sempre com medo de tudo não dar em nada, de expectativas imensas terminarem em uma roubada, porém, sinto-me pronto para reverter essa parada. E, para começar, peço que tire o pé de trás e que aceite a minha companhia numa longa e deliciosa caminhada. Ou para uma lambada que começará na Paulista e que, magicamente, terminará na Bela Vista, com uma lambida lambuzada.
