• Precisamos reinventar o romantismo
  • Precisamos reinventar o romantismo


    Eis que finalmente nasceram as mulheres da Nova Era. As mulheres que abrem a porta dos próprios carros, racham a conta, puxam as próprias cadeiras e não se emocionam com flores mortas. Chegou o dia em que o cavalheirismo forjado deixou de nos encantar. Em que aprendemos a aplaudir o verdadeiro romantismo: aquele precedido impreterivelmente pelo respeito, pelas gentilezas honestas, pela clara noção de que nós não nos contentamos com pequenos pseudoprivilégios – nem com os grandes, ressalte-se. Chegamos à Era das mulheres tão independentes a ponto de o romantismo precisar ser reinventado.

    Não significa que não gostemos de cortesia, das pequenas delicadezas que nos adoçam o sorriso, dos homens que sabem como tratar uma mulher com educação. Significa, aliás, justamente o contrário: aprendemos a apreciar o verdadeiro romantismo. Aquele que não foi ensaiado, não foi ensinado, não foi passado de pai para filho. Aquele que nasce da verdadeira consciência.

    Tanto que não nos agrada mais o cavalheirismo Dom-ruanesco de quem, claramente, deseja impressionar. Rimos das investidas baratas de quem pensa que conquistar uma mulher é fácil como passar na floricultura, pura e simplesmente porque é a nossa vez de conquistar. Aprendemos a admirar as gentilezas espontâneas, aquelas que só são perceptíveis nas sutilezas cotidianas.

    O novo romantismo substituiu o “te trouxe essas flores” pelo “ouvi essa música e lembrei de você”. Os novos românticos não subestimam o nosso apreço. Eles cultivam a simpatia com o garçom, a paciência para esperar que terminemos de nos arrumar, a originalidade de nos convidar pra ir a um lugar que nos deixe confortáveis em vez de forjar uma sofisticação que já não agrada. Eles sabem que compreender que somos donas de nossas vontades vale mais que puxar a nossa cadeira no restaurante. Que nos elogiar quando estamos de cara limpa é mais eficaz que as frases feitas que podemos alcançar em um clique. Que ingressos para o show da nossa banda predileta agradam mais que bombons caros embalados com papel dourado.

    Viva o novo romantismo de quem observa nossos hábitos para agradar com autenticidade em vez de repetir – robótica e incansavelmente – cortesias socialmente concebidas. Viva o novo romantismo de quem reconhece a nossa inteligência, fala de cinema e boa música em vez de simplesmente sorrir amarelo e nos elogiar o penteado. De quem compreende que as mulheres não são fliperamas com segredos prontos para que se passe de fase. Viva o novo romantismo de quem nos trata com uma gentileza natural, espontânea, confortável. De quem compreende que romântico mesmo, para as mulheres da nova era, são as gentilezas sinceras.

    ass-nathalie


    " Todos os nossos conteúdos do site Casal Sem Vergonha são protegidos por copyright, o que significa que nenhum texto pode ser usado sem a permissão expressa dos criadores do site, mesmo citando a fonte. "