Existe uma palavra fundamental para os relacionamentos e que por diversas vezes esquecemos de usar: tolerância. Claro que ela pode vir vestida de diversas outras expressões que queiram dizer e demonstrar a mesma coisa, mas em várias ocasiões diferentes nós a varremos para debaixo do tapete de um egoísmo que nos faz esquecer a verdadeira essência de ter alguém em nossas vidas: não se constrói uma relação individualmente.
Muitos falam em ceder. Insistimos que é preciso saber a hora de endurecer frente alguma coisa ou simplesmente relevar. Ceder, na maioria das vezes, é uma prática ligada a não entende o motivo do outro, mas simplesmente tirar o pé na hora de uma dividida. Como se estivéssemos sempre certos, aprendemos a “abrir mão” de certas coisas porque o outro parece que é bem mais cabeça dura do que nós. Pode até ser que sim, mas falta enxergar o outro lado.
Falta olhar pro outro com mais carinho, maior zelo. Falta entender toda a história da pessoa e compreender que algumas atitudes já viraram mania ou que, simplesmente, é aquele o temperamento dela. Ser tolerante, então, significa estar aberto a tudo que o lado de lá entrega, desde as melhores e mais lindas qualidades até os piores e detestáveis defeitos. E, vale lembrar, que a adjetivação do que o outro é fica por nossa conta. Gostar ou não é exclusividade nossa.
Isso não quer dizer que seja preciso tolerar tudo que se vê. Acredito que a palavra tome um rumo melhor para a harmonização da relação do que a aceitação de tudo. Aliás, há algo errado em situações em que tudo se releva, se tolera e se aceita. Ninguém vai suportar conviver com alguém que humilhe, que brigue, agrida e machuque. Isso está longe de ser saudável. O primordial é conseguir enxergar as diferenças que sempre existirão entre si e quem está ao redor. Cada pessoa é um Universo em construção.
Inúmeras confusões e mal entendidos poderiam ser evitados se aprendêssemos a ser mais tolerantes na Vida. Paciência e calma são virtuosidades daqueles que mantém seus pares por perto. Da amizade ao romance, viveremos um monte de casos em que seremos contrariados sem entender direito o porquê, julgando os atos sem querer. Nessas horas, respirar fundo será mais que preciso.
Até que um dia aprenderemos que ser tolerante é bem mais que dar razão, mas compreender a emoção que se passa em outro alguém.
