Arquivo 05/2016

Sabe o que cairia bem? Te esquecer

Eu estou um pouco bêbada esta noite e sinto que de alguma forma, minha madrugada está correndo na contramão, com a intenção desesperada de colidir com você. Eu sei que devo manter distancia, inclusive do telefone, afinal esse é um dos acordos que fizemos quando colocamos um fim.


Sobre felinos e a arte de amar sem dominar

[Aqui está uma carta para o meu gato. Isso pode ser também o que você quer dizer ao seu.]
Frodo,
Acho que você não está inteirado sobre as baboseiras humanas (agradeça ao Deus felino por isso), mas vou te atualizar: dizem que vocês, gatos, não são afetuosos.

A pressão de conseguir tudo aos 20 e poucos anos

Não consegui o emprego dos meus sonhos e muito menos o apartamento decorado que eu esperava ter. Mal consigo me organizar para viajar e conheci menos países do que gostaria de ter conhecido. Minha vida é uma bagunça, meu quarto é uma bagunça e eu passo mais de 12 horas por dia trabalhando, enquanto me sinto na obrigação de tentar ter uma vida saudável, passear com o cachorro, fazer exercícios físicos contra o sedentarismo, discutir política e me mostrar integrado aos últimos acontecimentos do mundo e do meu país.


As deliciosas diferenças do amor inverno e verão

Amor inverno é diferente de amor verão. Você provavelmente já conheceu ambos e sabe que podem ser maravilhosamente apaixonantes, mas são antagonistas naturais, acredite! É um pouco confuso eu sei, mas calma, pega lá um café e deixa eu te explicar.


Sobre o amor: mergulho fundo ou nem molho os pés

“Por que você não sai com ele?” É que eu não tenho tempo para amor de passatempo. Se não me faz querer sair no meio da noite para encontrá-lo, se não me deixa leve e ligeiramente patética, se não desafia os meus sentidos, tão entediados, se não mexe com qualquer coisa aqui dentro, não me interessa.


Ama sim, mas ama baixinho

O amor é calmo. Descobri isso quando não me batia mais aquela ansiedade maluca cada vez que rolava um programinha de amigos. Eu conseguia trabalhar, dançar, respirar, curtir uns momentos a sós sem surtar sobre o que o outro estaria fazendo naquele instante. Nada de borboletas no estômago, gastrite, insônia ou check in no celular de minuto em minuto a espera de uma notícia.


A metade ideal não existe: a gente é que constroi a dois.

Tem gente que tem aversão a discutir. Que baseia todo um relacionamento, ou a proposta do que deveria ser uma parceria perfeita, na completa ausência de brigas. No primeiro descompasso de opiniões já revira os olhos, balbucia qualquer aleatoriedade, menospreza ou minimiza o companheiro, para no fim concluir, após sem nem se dar ao trabalho de argumentar em busca de um meio termo, que aquela relação é um vínculo doentio.


Não sufoque quem te ama

E desta vez, eu abro o texto com um mea-culpa, seria hipócrita não fazê-lo. Já vivi uma relação sufocante e também fui responsável por ela. No auge da minha dúvida, cerquei quem eu amava com todas as regras e neuras possíveis, durante um longo, doentio e catastrófico tempo, tentei manter o controle da situação, sem notar que já o tinha perdido.


Vejo você desaparecendo

Nós conversamos e você diz que gostou de mim, que o encontro foi bacana e a gente se vê na próxima semana. Conta como foi teu dia, eu conto o meu, a gente promete que vai ser melhor junto, eu vou com calma, você diz pra abrir mão do freio, não confio de primeira, você promete que vai cuidar da gente, eu me encanto.