• Só me importam os que se importam
  • Só me importam os que se importam


    Manda textão, sim. Me conta que ouviu uma música de Caetano e lembrou de mim. Pode dar like naquela foto de 2011. Ma aparece de madrugada com uns devaneios baratos e diz que bebeu demais e precisa conversar.

     Pode ser muito verborrágico, sim. Eu não vou sair correndo – é provável, aliás, que eu saia correndo pra te abraçar. Não tem bronca, eu não sou dada a jogos patéticos. Pode ser exatamente o que você quer ser, pode falar e pode sentir, isso é tão humano, e o humano é no mínimo fascinante.

    Demonstra que pensa em mim, pode aparecer com aquele papinho de “estava passando e resolvi subir”, eu garanto que vou adorar. Não precisa fingir que não dá a mínima, já há tantas pessoas que fazem isso tão bem.
    Não finge que não lê os meus textos, isso é tão patético e tão inútil. Eu vou querer saber que você sorriu de canto em alguma frase ou que detestou completamente, mas, por favor, se recuse a ignorar o que te toca.
    Manda áudios de cinco minutos, sim. De preferência, me liga. De preferência, me convida pra um cinema. Não precisa esperar que eu te convite – eu convidaria, você sabe, eu não nunca finjo desinteresse, mas não precisa esperar se não quiser. Diz que o novo filme de Almodóvar seria uma boa ideia, eu vou concordar e sorrir.
    Não precisa disfarçar o entusiasmo. Gente entusiasmada é uma delícia. Pode tagarelar muito e me abraçar forte quando me vir. Pode dizer que já escolheu um filme porque estava realmente esperando pelo nosso encontro – eu também estava, e daí? Desde quando frieza torna alguém interessante?
    Eu vou continuar dizendo que estou com saudades, vou continuar tomando a iniciativa de marcar um chopp, vou continuar demonstrando, de propósito, que me lembro sempre de todos os seus detalhes, vou continuar fazendo jus à capacidade fascinante que a gente tem de sentir.
    Está liberado sentir. Me mostre que ainda há seres humanos entre nós.

    ass-nathalie


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