Arquivo 09/2016
Desistir de relações tóxicas não é egoísmo
Nosso amor se aposentou no auge
Vai dar saudade, eu sei. Saudade que carregará por aí, para todo canto, e que fará com que se sinta presa a um capítulo que já terminou.
Saudade que vai virar desculpa para se sentar num café e, entre xícaras vazias de cappuccino e conversas distantes, tentar descobrir o que deu errado, qualquer miúdo motivo para os tantos planos e “Vamos lá um dia?” que deixamos pela metade.
O segredo dos relacionamentos de sucesso
Antes só do que desrespeitada (o). Anota no caderno, na palma da mão, no espelho retrovisor do carro se for preciso que é para nunca se esquecer de que antes de tudo e mais nada vem o amor que a gente chama de próprio. Independente se é casado, se existem filhos, um apê compartilhado ou um cachorro.
Ele não está fazendo jogo
O que eu imagino sobre o que você não diz
Não sei vocês, mas eu conheço um monte de gente que acredita que todo mundo tem uma bola de cristal dando sopa no criado mudo de casa. É um tal de ter certeza do que o outro está pensando/querendo/fazendo, de imaginar o porque dele não ter atendido o telefone ou ter desmarcado o cinema de sexta ou ainda de ter estado meio distraído no último final de semana.
Nossa única liberdade é a de escolher nossas prisões
Dizem que todos os seres humanos nascem livres e iguais. Não é preciso muito para refutar a ideia de igualdade. É só pegar as estatísticas e notar o quanto negros estão mais sujeitos a morrer como vítimas de violência. O quanto mulheres estão mais sujeitas a não ascender profissionalmente.
Eu me permito o direito de sofrer
Atreva-se a seduzir todos os dias
Atrair e ser atraído é um processo contínuo que nunca tem fim. Pelo contrário, com o passar dos anos a gente só aprimora as estratégias, descobre novas técnicas e aprende a explorar com mais tato e eficiência aquilo que se tem de melhor: os sentidos.
É amor ou zona de conforto?
Vocês estão há um bocado de tempo juntos, a intimidade é daquelas de misturar família e conta de cartão de crédito. Um completa a piada do outro, um sabe qual o remédio funciona melhor para a enxaqueca do outro e os convites das festas já vem com o nome de ambos, escrito em tinta prata, num único envelope.
Quando eu partir
De vez em quando me perguntam se eu tenho medo de morrer. “Óbvio que tenho”, respondo. Você também tem, não é mesmo? Eu sei, eu sei… O principal motivo do meu medo, porém, talvez seja diferente do seu: apavoro-me só de pensar na possibilidade de deixar as pessoas que eu amo sozinhas neste mundo áspero e egoísta, principalmente a minha namorada, que vive a dormir de cabelo molhado, atravessar avenidas movimentadas procurando figuras em nuvens e a dizer “eca” para os alimentos integrais.
Ele não é o homem da sua vida
Me incomoda a ideia de encontrar o homem/mulher da minha vida, como se a minha vida precisasse tão substancialmente de mais alguém além de mim mesma.
A força dessa expressão, embora meio fora de moda, certamente não é o pior: perdoa-se algum exagero em nome do amor.
Prefiro a balada do meu sofá
Por muitos anos eu fui um cara da noite, da madrugada, que curtia várias fitas, várias baladas. Escrevi “fui” porque, há pouco tempo – depois de um memorável piquenique no parque -, concluí: eu não sou mais o mesmo, deixei de ser o corujão que amava, incondicionalmente, a madrugada.
Pai e mãe: eu não quero a vida que vocês tiveram
Meus pais nunca entenderam o porquê de eu não querer morar na casa deles e ficar na minha cidade já que seria mais fácil. Todo santo telefone que a gente troca é motivo pra eles dizerem que não entendem porque eu passo aperto se lá em casa as coisas seriam melhores. Também reclamam da profissão que eu escolhi, dizem que mexer com internet não traz estabilidade, que eu deveria conseguir um emprego público.
Deixa ela dançar em paz
Ela vai sair sozinha, pagar a conta do táxi inteira e pedir todos os drinques que desejar. Vai olhar para as luzes e se permitir envolver, porque nesta noite ela quer dançar com a liberdade de quem não se importa com olhares ou críticas. Ela quer dançar sem enxergar o relógio que insiste em ditar o ritmo do seu dia.