E o conselho de hoje é… é… é… Não crie expectativas se não pode supri-las! Parece algo tão simples e óbvio, né? Parece, ô se parece, porém, após uma rápida conversa com algumas amigas, notei que o mundo está cheio de gente fazendo exatamente o contrário, ou seja, mentindo de um jeito que espalha esperanças onde não há ninguém capaz de supri-las e, consequentemente, distribuindo porções e mais porções de vales-frustração.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” é uma frase do livro O Pequeno Príncipe que, a meu ver, deveria ser obrigatória na geladeira de toda pessoa. Ou na pele, tanto faz. Porque nunca podemos nos esquecer de que precisamos de muita responsabilidade para lidar com o sentimento daqueles com quem nos relacionamos. E não falo apenas de relações popularmente chamadas de “sérias” – como noivados e casamentos. Falo também das relações “pá-pum” que, por causa de frases e atitudes irresponsáveis, muitas vezes terminam com uma das partes de coração quebrado. Refiro-me principalmente a esse tipo de relação breve onde sobra falta de comprometimento com o sentimento do outro, aliás! Pois, de acordo com as minhas amigas, o que mais tem por aí é homem que já chega dizendo “eu te amo” seguido de “já penso num futuro para nós” quando, na verdade, só quer sexo e nada mais.
Não tenho nada contra homens e mulheres que querem apenas relacionamentos carnais e de uma noite só, não me entenda mal. Não vejo nada de errado em gente que quer só gozar. Pelo contrário! O problema, em minha opinião, é querer somente molhar o biscoito e agir como se tivesse acabado de encontrar alguém para dividir as dores e alegrias da vida moderna e a senha da Netflix. Saca? Porque se comportar assim é a mesma coisa de afirmar “eu só quero saber do meu umbigo e foda-se seus sentimentos!”. É até mais horrível, se pensarmos bem. Porque muito pior do que uma declaração que choca por expor uma realidade que vai contra a vontade de alguém é a atitude que é meticulosamente arquitetada com a intenção de iludir – e que, muito provavelmente, gerará uma idealização que terminará em mágoa.
E daí que é só uma trepadinha? Desde o instante em que se mistura – mesmo que apenas por meio de saliva e outros fluídos – à vida de alguém, você já possui inevitáveis responsabilidades e precisa ter noção das consequências negativas que pode gerar caso resolva ludibriar pensando apenas em atingir sua satisfação momentânea.
Quer relações e, ao mesmo tempo, manter-se sem qualquer responsabilidade real? Recorra àqueles jogos de realidade virtual onde é possível fazer qualquer merda sem ferir ninguém. Ou, se for do tipo que paga pau para coisa retrô, compre um bichinho virtual. Só não saia por aí enchendo os outros de expectativas se você não tem a mínima condição e/ou vontade de supri-las. É sério!
Além do mais, se acha muito vantajoso dizer “eu te amo” em vez de “eu só quero dar e ter prazer, topa?”, está fazendo tudo errado. Pois além de causar decepção, quando cria expectavas que não pode suprir, você acaba criando vínculos maiores e mais incontroláveis do que deseja ter. Compreende?
Tem muita gente a fim do mesmo que você, cara. Muitas mulheres querendo, apenas, diversão de acordar os vizinhos. Sendo assim, seja honesto e exponha suas reais intenções quando conhecer alguém. Pois dessa maneira dará a chance de a pessoa topar ou dizer não à sua proposta. Simples assim. Jogo aberto. “Eu quero isso, você também?”.
Ah, você não age assim pois, quando quer alguma coisa, faz de tudo – até mesmo atuar – para consegui-la? E não está nem aí para os traumas e lágrimas que pode causar, afinal, depois que consegue o que deseja só quer que o resto se foda? Então, preste bastante atenção no que vou lhe dizer agora: você é um bosta. Ou, se preferir de uma outra forma: tu não passas de excremento.