A vida financeira de um casal pode ser uma questão bastante polêmica se não for bem debatida. Já vi relacionamentos serem fundamentados na base do dinheiro e já vi amores lindos sendo desfeitos por causa dele. Por ser uma questão tão delicada é essencial que os parceiros mantenham um diálogo aberto sobre isso justamente a fim de evitar desgastes desnecessários. Parece apenas um mero detalhe, mas acreditem, quando o assunto é divisão de contas até os mais apaixonados podem se esquecer que aquilo que se tem no bolso não é o que sustenta o amor.
Ele paga contas, oferece qualidade de vida, permite viagens, presentes, pequenos e grandes mimos, porém muitas vezes um detalhe de suma importância se perde pelo caminho: é tão somente um pedaço de papel. Sem querer parecer hipócrita de forma alguma em relação à relevância do dinheiro hoje para a vida em sociedade e sem desmerecer os problemas econômicos enfrentados pelo país, mas o óbvio precisa ser ressaltado. Não se compra afeto, relações saudáveis, tampouco cumplicidade. Pelo contrário, se receber um valor maior do que ele realmente tem ao invés de libertar, aprisiona.
Na minha concepção quando estamos em um relacionamento, principalmente aqueles de longo prazo, não existe “meu dinheiro” e “seu dinheiro”, existe o nosso fundo de gastos. Afinal de contas, vocês são parceiros, cúmplices, companheiros e devem ser o suporte nãoapenas emocional do outro, mas também social e financeiro caso seja necessário. Esse mês suas finanças estão mais apertadas, então sua namorada quebra o galho e faz o supermercado da semana, daí dois meses a situação se inverte e é você quem retribui a gentileza. O fluxo é um só, tudo vai e volta para o mesmo lugar: o casal.
Claro que toda parceria é diferente e tem as suas próprias “regras”. Se o balanço será dividido, se cada um é responsável por um tipo de gasto, se vocês revezam isso é o acordo básico. Como a gente se comporta em imprevistos e demonstra empatia pelo momento do outro que é o diferencial. A base da construção de uma rotina financeira a dois sadia e positiva é muito, mas muito diálogo. Definir os alicerces, acertar as arestas e jamais cobrar por uma coisa que deveria ser feita de coração em prol do benefício de alguém que se quer bem. Não existe nada mais degradante, humilhante e broxante do que o amor da nossa vida nos cobrando dinheiro.
No final de tudo e de todos é só você e ele (a). Não tem jantar caro, roupa de marca, nem grana no mundo que pague a estabilidade disso. Dinheiro é minúcia. Se gera discórdia, mal estar e desconforto quando deveria tornar a nossa vida melhor ou está sendo administrado incorretamente ou está sendo super valorizado. Aprecie o que pode ser guardado no coração porque aquilo que sai da carteira é efêmero demais. E o principal: não permita que um pedaço de papel desenhado atrapalhe o que vocês chamaram de amor. Dinheiro na mão é vendaval, o amor de verdade esse fica. Não interessa se no jantar vai rolar vinho e risoto ou pão com ovo e Fanta Uva.