Sabe aquela máxima que diz que é melhor ouvir merda do que ser surdo? Eu, como não sou uma pessoa lá muito resignada, acho que o ideal seria a gente gozar da plena saúde auditiva e mesmo assim não ser obrigado a ouvir nada que saísse do espectro

“Gostosa, te chupo toda!”. E lá no alto da sua gestão cafajeste você aprendeu que a cantada grosseira acompanhada de uma chupada de ar quando uma gostosa passa na calçada é coisa de macho. Não há coceira moral para suas frases de estivador estimulado pelo apetite sexual.

“Ah, mas me diz, ele te ajuda em casa?” Quantas mulheres independentes, que trabalham fora e que precisam dar conta da carreira, dos demais interesses da vida e da limpeza do apartamento, ainda não precisam ouvir isso? Quer um exemplo? Tem euzinha aqui.

Meio dia. Sol a pino. Mulheres pintadas de liberdade, o som estridente dos tambores do dois de julho. Eu poderia estar comemorando a Independência do meu estado, mas estava lutando pela minha.

Sei que entrar em discussões na internet é um erro. Geralmente, online, ninguém lê ou interpreta os pontos de vistas contrários ao seu, o que gera uma “gritaria” que não leva a lugar nenhum.

Você pode ter o carro do ano e uma casa nalguma praia paradisíaca das Ilhas Gregas. Prometer-lhe uma vida regada a Moet Chandon e muito caviar. Ter um pau que mais parece uma garrafa de cerveja de 600 ml – tanto na grossura quanto no comprimento –, além de dedos de Beethoven e língua de Gene Simmons.

* Por Lisa Bloom

Crianças sempre têm um poder de encantamento capaz de transcender qualquer mau-humor humano. Até os corações mais gelados se derretem com um pequenininho fazendo graça, dando uma gargalhada verdadeira ou aprendendo alguma coisa nova.

Quando ouvi pela primeira vez aquela voz rouca entoando um visceral e sonoro “ai, negão, TÔ COM O CU PEGANDO FOGO”, confesso que arregalei meus olhos castanhos e serenos e quase saí correndo pra buscar um extintor. De tão gutural, aquele grito funcionou melhor do que alarme de incêndio de prédio em chamas.