O cara manda uma mensagem dizendo que quer vê-la. Ela se anima. Os dois saem, ficam junto por um tempo, mas, depois, ele começa a deixá-la de lado. Por algum motivo aquilo perdeu a graça. A conquista já passou, as novidades acabaram e ele passa a se interessar por outras pessoas. Quando se dão conta, ele acabou trocando todas as possibilidades de viver algo com aquela menina só porque seu interesse passou.
Ele gosta é de usar o charme.
Não muito distante dali, uma menina usou esse mesmo charme para fazer um jogo, conquistar um rapaz e deixá-lo aos seus pés. As amigas ficando pedindo detalhes vorazes e mordazes de tudo que se passou, mas depois de um tempo ela também não tem mais nada de novo para contar. Ele continua sendo um fofo, mas ela perdeu – vejam só – o interesse pelo cara que manda mensagens e faz de tudo para ficar com ela.
Nas duas situações, não existe um vilão para a história. Existem, sim, culpados e vítimas de um mundo que muito fala sobre querer se envolver, mas é raso o suficiente para não passar das manchetes e não querer se aprofundar na leitura. É como se pegássemos um livro e nos déssemos por satisfeito em ler a sua capa. No máximos as orelhas. Entretanto, conhecer a história parece uma coisa de gente velha.
Não se perde tempo com isso.
Talvez todo o estresse provocado pelo repentino abandono de um parceiro, ou os intermitentes sinais que ele vai mandando ao longo da caminhada, pudessem ser evitados com uma conversa franca. Onde foi que esquecemos nossa educação e nossa filosofia de “não fazer com o outro o que não queremos que façam conosco”? É simples dizer “eu não quero mais”, mas o sentimento de posse e egoísmo às vezes fala tão alto que é mais fácil deixar o outro ali à mão, como uma roupa que a qualquer hora pode servir de novo.
Brincamos, sim, com o sentimento das pessoas, por vezes, sem perceber. Só que é preciso uma renovação em nossas atitudes. Não cabe dizer qual lado é o mais recorrente nesse tipo de coisa. Homens e mulheres acabam aprendendo como envolver e deixar de lado, como conquistar e depois sair de fininho, como ser um príncipe num dia e o sapo no outro. E, parece piada, mas ficam falando pelos cotovelos como o Mundo está carente de pessoas para relacionamentos sérios.
Você namoraria consigo mesmo?
Está aí uma pergunta que muitos certamente não responderiam com total sinceridade. Ainda há esperança: basta uma mudança na postura. Que sejamos mais sinceros e possamos deixar bem claro o que queremos. Preocupar-se com o outro, claro, é um ponto importante, mas não se pode enganar alguém. Fico com aquele ditado que diz que a maior covardia é despertar o Amor em quem não se tem intenção de amar.
É covardia fingir o que não sente só por uma noite a mais.