Arquivo 04/2016

O amor não precisa doer pra ser bonito

Ela espeta o dedo e cai adormecida, come uma maçã e desmaia, ou morre ao lado do seu Romeu devido a uma falha na comunicação entre ambos. A fórmula é sempre muito parecida, já notou? A mocinha sofre feito os condenados às galés, de Victor Hugo, e sua estória fica imortalizada. Mesmo o romance sendo vago, sem base e completamente instantâneo, vira inspiração para gerações, como se fosse normal ficar sofrendo por amor.


O poder de um foda-se

Nenhuma sensação pode ser mais libertadora do que deixar de se importar com aquilo que um dia foi capaz de nos tirar o sossego.  Nem tirar o sutiã depois de um dia inteiro de aperto, nem rebater sarcasticamente uma piada machista do tio do pavê, nem conseguir uma nota boa numa prova para a qual estudamos muito: o foda-se é mais libertador do que qualquer coisa no mundo.

Masculinidade é um troço frágil, né?

Em tempos de discussões cada vez mais acaloradas nas redes sociais, uma percepção fica cada vez mais clara: os homens têm uma necessidade tremenda de afirmar (e autoafirmar) o que se chama de masculinidade e virilidade.

Qualquer coisa é um brusco atentado à imagem que querem passar.


Esqueça o que te disseram que é certo

Conselho e água só se dá a quem pede, diria a minha mãe, mas, longe da sabedoria popular, não é bem assim. Somos bombardeados, a vida inteira, pelos conselhos que não pedimos. Às vezes verbalizadas, às vezes escondidas na sutileza de um ‘é só a minha opinião’, essas orientações inocentes insistem em querer direcionar nossas vidas de acordo com o que sempre foi dito como correto.

Miga, seja louca

Existe um lugar especial no meu coração para as subversivas. Ali exatamente entre a Beyoncé e a Frances Wright. Esse coração que reconhece por aí as Simones de Beauvoir, as Beatrix Kiddo e a mina que toma fontana ali no Largo toda sexta, tem uma queda por quem é livre. E as loucas são livres. Miga, seja louca.


O poder de uma mulher de negócios

Decididas, envolventes, inteligentes, carismáticas, sedutoras e naturalmente intensas, as mulheres cada dia mais têm provado que merecem lugar de destaque na vida, nas relações e, claro, no mercado de trabalho. É quase um décimo terceiro signo o ser mulher. Sol em ousadia, ascendente em coragem, lua em sorriso no rosto e Vênus em samba no pé. O atrevimento do sagrado feminino colocou as mulheres no topo da cadeia dos negócios. E não foi para subordinar não, foi para dominar.


Eu poderia ligar, mas preferi mandar mensagem

Não foi o preço. Não foi o barulho. Não foi falta de tempo. Depois de tantos anos de comunicação calculada, a verdade é que eu desaprendi a falar no telefone. Hoje, se alguém me liga, eu me assusto. É hospital? É dinheiro? Se tá tudo bem, por que ligou? Parece que toda ligação requer justificativa. Tirando a minha mãe e os funcionários de operadora que atendo frequentemente, é como se existisse um pacto: ou a gente se encontra ou você me deixa pensar.


Deixe que falem mal

Não dá para controlar o que pensam/dizem sobre você. Desista enquanto ainda dá tempo de manter a sanidade. Desista antes que, pelos outros, afasta-se de você, da sua essência.

Da mesma maneira que as noivas – mesmo as mais caprichosas e perfeccionistas – não conseguem impedir que alguns convidados saiam da festa metendo o pau em tudo


Quando é melhor ser feliz sozinho

Ando vendo muita gente infeliz com o próprio relacionamento. Muita gente que passa a semana de cara fechada para poder sorrir a dois aos sábados no instagram. É claro que nenhum relacionamento é feito apenas de felicidade infinita, mas um namoro cuja base é o medo de ficar sozinho não pode estar entre as melhores coisas da vida.


“Manda nudes” da alma

Hesitei por algum tempo em escrever esse texto. Não quero acabar como a moça pudica que condena nudes, que menospreza o poder de um corpo, mesmo porque não é o caso. E ele pode soar moralista, é verdade, mas me adianto: não acho que mandar nudes seja condenável, mas acho – e não abro mão – que temos superestimado o corpo, a beleza e o sexo. Trocar nudes é ótimo, mas experimentem a sensação de desnudar alguém completamente, além das roupas, além dos seios, além das poses e das caras e bocas. Experimentem conhecer o outro tão bem a ponto de perceberem que o tesão não pode ser só uma imagem.


Não se acostume com relações tóxicas

Muito se fala a respeito da capacidade que o ser humano possui de se acostumar aos ambientes mais inóspitos e hostis. Basta sintonizar a tevê no Discovery Channel e, muito provavelmente, verá famílias inteiras que conseguiram se adaptar ao frio extremo do Alasca, peladões que aprenderam a dormir em meio a insetos pernudos e a uivos não identificados, pescadores de caranguejo familiarizados a um ganha-pão, no mínimo, perigoso pra c…


Você é linda assim

É difícil se olhar no espelho com um sorriso no rosto quando o resto do mundo prega que uma flacidez “fora do lugar” é de torcer o nariz.

Que é feio ter celulites, estrias, culote, rugas ao redor dos olhos, manchas, maturidade. O mundo hoje nos diz que o legal é ter um corpo esculpido por aparelhos, um estômago que não aceita carboidratos à noite e uma mente politizada de que apenas este padrão é sinônimo de saúde.


Não desista dela

Ela é só uma garota que caminha sem rumo e chutando pedrinhas quando a rua está deserta. Dessas que mantém o volume dos fones sempre no máximo, cujas músicas nunca são de rádios modernas, mas sim daquelas saudosas que tanto falam com sua alma.

Às vezes ela gosta de fechar os olhos enquanto faz seu percurso, respirar fundo e imaginar um outro cenário e um outro tempo.


Deixa ele te esquecer

Comodismo é uma postura bem incômoda. Na vida, no trabalho, nas amizades, nas relações amorosas, e não diferentemente, também fora delas. Mesmo quando todo o tesão de continuar naquela história já se foi a gente insiste em continuar roendo o osso.

Ligando, mandando mensagem, procurando saber como está, amando. O costume torna bem mais difícil ao término de um relacionamento atravessar aquela linha tênue entre o que era nossa vida antes e o que é agora.