• Não é relacionamento:  o nome disso é prisão
  • Não é relacionamento:


    o nome disso é prisão


    Miga, esse texto é pra você que acha que amor é sinônimo de submissão. Que fecha os olhos para o desrespeito dentro da própria casa, para a voz dois tons acima do que seria normal e para o dedo apontado na cara. Isso não é relacionamento, tampouco chega perto do que deveria ser um sentimento saudável. O nome disso é prisão e a gente precisa querer se libertar. Caso contrário, o que vai embora é muito mais do que a nossa fé no amor. É a nossa autoestima, nossa vontade, nossa voz. E somos lindas demais para emudecer.

    Miga, desfazer daquilo que você diz não é amor. Te humilhar na frente de outras pessoas, controlar suas vestes, seus sapatos, seu batom e sua vaidade também não. Ciúme excessivo é doença e se deixar controlar por ele não é a cura, é fragmentação. De quem você é, de tudo o que foi construído dentro de si ao longo dos anos, do seu ser mulher. Nada que te amanse, te aquiete e te descontrua pode ser bom. Mesmo que ele tenha um sorriso delicioso e os olhos de tirar qualquer fôlego. Se o olhar do outro não te exalta, te levanta, te enobrece ele não foi feito para você (e arrisco dizer que para mais ninguém).

    Miga, chorar de vez em quando é ótimo para aliviar as dores da alma, mas viver uma rotina que te entristece mais do que te faz sorrir não é karma, azar ou infortúnio é escolha. Existem outros caminhos, outras pessoas, felicidade de verdade sabe. Não essa coisa bagunçada, maltratada e incoerente disfarçada de relação. Se você se sente negligenciada, muito provavelmente você é. E definitivamente não nascemos para ser segundo plano, a última opção ou um “não tinha nada melhor para fazer”. Acredite, é possível ser o melhor abraço do dia de alguém. Só não é aí, nesse buraco de incertezas em que você se afundou.

    Miga, parcerias nãoo fundamentadas em desgastes. Se onde você vai, com quem você vai e como você vai incomoda tanto ao outro ao ponto do seu bem-estar físico, moral e psicológico ser denegrido sem pudor não falta apenas confiança, falta respeito. Por sua individualidade, suas personalidade, seu espaço fora do relacionamento, por você.  Uma coleira absolutamente não combina com o nosso batom vermelho e nossa pele macia é revestida de asas e não de pedras. Fomos feitas para voar, não para arrastar pelo chão o peso de expectativas distorcidas que nem são nossas. É preciso saber diferenciar quando a outra metade exige cuidado e quando é uma subordinação desmedida que você não pode oferecer.

    Miga, somos infinitas. Independentes, autossuficientes, absurdamente resolutas. O único abuso que deveria estar presente em nossas vidas é feito de beijos, afetos e carícias. O resto são tentativas frustradas de inferiorização de um ser que não precisa de mais ninguém para se sentir completo. Ela se basta, ela se satisfaz, ela se ama. Acima de tudo, somos humanas. E nada no mundo paga preço de uma violência mascarada de amor. Nem por um segundo que seja aquele apertão forte no antebraço merece uma justificativa. Se a mão que te conforta também te dá uma cicatriz ela não alimenta, ela fere. E nossa fome é grande demais para mendigar pelo óbvio.

    danielle-assinatura


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